Caso você entre em qualquer site ou perfil de um reumatologista, terá um post/pagina explicando que é um reumatologista e o que ele faz, isso também vale para qualquer outra especialidade!
A maioria das pessoas acha que o reumatismo é uma doença só e que apenas acontece em idosos quando na verdade existe um número enorme de doenças reumatológicas que podem acometer pessoas em diferentes idades.
Para ficar mais fácil fiz uma listinha com as doenças mais comuns ou mais conhecidas pelas pessoas e que o reumatologista trata 😉. E você, tem alguma dúvida sobre essa especialidade e quais doenças ela trata?
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Esse é um assunto polêmico e que ainda causa muito debate na medicina!
Medicações canabinoides são feitas principalmente a partir do cânhamo, de onde é extraído um óleo e a partir dele separadas as principais moléculas utilizadas para uso médico como CBD e THC. Então não, medicação canabinoide não é fumada, não vem de tráfico, tem toda uma tecnologia e controle da produção legalizada da planta (que não é qualquer planta, tem que ser o subtipo correto, a temperatura correta, a luminosidade correta) para fim medicinal.
Hoje já existem evidências e bons resultados para tratamento de doenças como epilepsia, autismo, esclerose múltipla, ELA, Parkinson, Alzheimer e dor crônica. Acaba sendo, no Brasil, uma das últimas opções de tratamento para as doenças acima, até por sua dificuldade de obtenção (que pode ser importada após liberação da Anvisa ou comprada via associações de mães produtoras, tudo com receita médica), preço alto e difícil manejo ( a dose do tratamento é muito individualizada, saber qual molécula utilizar também pois cada uma tem indicação própria, além de ser algo que não é ensinado em faculdade).
Além disso pode esbarrar em crenças pessoais. Enfim, embora o tratamento à base da planta exista há milhares de anos, existe ainda muito preconceito e pouco conhecimento de todo seu potencial de uso e dos efeitos colaterais também. Na minha opinião é uma ótima opção para quem já tentou de tudo sem sucesso (mas ainda não seria a minha primeira escolha para tratamento).
Vale a pena acompanhar essa velha novidade da medicina de perto nos próximos anos.
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A infiltração articular é uma das ferramentas que o reumatologista usa para tratar inflamações articulares e envolve a aplicação de remédios diretamente nas articulações.
Como medicações utilizadas nas infiltrações intra-articulares temos os corticosteroides que agem como anti-inflamatórios locais, ajudando a diminuir a dor e inflamação articular e o ácido hialurônico, indicado em alguns casos de artrose (osteoartrite), agindo como um “lubrificante” ou “amortecedor” para tal articulação.
Entretanto, esse procedimento deve ser sempre realizado por profissionais qualificados, se possível com auxílio de aparelhos de imagem (radioscopia e a ultrassonografia).
Algumas contraindicações contra a realização do procedimento envolvem pacientes que possuem algum tipo de infecção na articulação, presença de próteses e problemas de coagulação.
Além do risco de infecção (apesar de baixo), existe também o risco do paciente não responder ao procedimento, o que pode ser frustrante.
Lembre sempre de consultar seu reumatologista em casos de dúvidas!
Comente se você já conhecia e marque alguém que acha que pode se beneficiar da infiltração.
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Artrite Psoriásica é a forma de artrite afeta pessoas que sofrem de psoríase, doença caracterizada pela presença de lesões escamosas, descamativas e avermelhadas na pele, principalmente nos joelhos, cotovelos e couro cabeludo. A inflamação nas articulações geralmente aparece depois das lesões na pele, mas podem surgir antes também. A artrite psoriásica tem alto componente genético e estimativas dão conta de que até 40% das pessoas que têm psoríase vão desenvolvê-la.
Os sintomas podem ser leves ou chegar ao ponto da mutilação, afetando dedos das mãos e dos pés, coluna, joelhos, tornozelos e quadris. Olhos e pulmões também podem ser atingidos.
O tratamento da artrite psoriásica é individualizado, mas o uso de anti-inflamatórios alivia os sintomas nas articulações. A terapia imunobiológica vem obtendo bons resultados. Podem ser prescritas ainda medicações injetáveis diretamente na junta afetada, além de reabilitação, fisioterapia e terapia ocupacional.
A espondilite anquilosante é o reumatismo que acomete a coluna, os quadris e, algumas vezes, as enteses (que são o local onde o tendão se insere/se prende) e algumas articulações periféricas (geralmente não simétricas). Quando não tratada, a espondilite anquilosante faz com que as vértebras ou articulações se “juntem”, causando deformidade e, claro, limitação dos movimentos (é comum encontrar em livros a imagem ou descrição da “posição do esquiador”). Acomete mais homens, em uma idade mais jovem.
Seu diagnóstico é feito pela clínica (dor na coluna que piora em repouso, acorda à noite pela dor, com rigidez matinal), exames de imagem (RX ou ressonância) e exames de atividade inflamatória (PCR e VHS). O gene HLA B 27 pode estar positivo em alguns casos, mas o fato de ser negativo não exclui a doença (assim como ele positivo e SOZINHO também não dá diagnóstico da doença). Embora ajude no diagnóstico, não é essencial para tal.
O tratamento da espondilite pode ser à base de anti-inflamatórios de uso contínuo, imunobiológicos e, se na forma periférica, DMARDs como a sulfassalazina. Atividade física é bem-vinda, com ótimos resultados com a natação.
Lupus Eritematoso Sistêmico: Mais de 90% dos portadores de Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) sofrem com dor e inchaço nas juntas, o que muitas vezes faz confundir seu diagnóstico com artrite. Isso não quer dizer que um paciente com lúpus terá como manifestação inicial ou principal a dor articular. A artrite pode ser uma manifestação clínica da doença, mas, como o lúpus não tem muitas regras, suas manifestações podem ser cutâneas, hematológicas, pulmonares, renais, vasculares ou neurológicas.
Lembrando que o lúpus é uma doença inflamatória, autoimune e crônica, e o diagnóstico é feito pelo médico reumatologista, através de critérios clínicos e laboratoriais (sintomas e resultados de exames), que não se restringem apenas ao FAN, e cujo tratamento dependerá do tipo de manifestação clínica.
A artrite reumatoide acomete principalmente mulheres na faixa dos 40 anos, mas pode acometer crianças (artrite idiopática juvenil) e idosos também. Atinge as articulações das mãos, punhos, pés, tornozelos e coluna cervical; faz as juntas incharem e logo pela manhã o paciente já acorda inchado e rígido, travado, como um robozinho, melhorando com os movimentos nas primeiras horas do dia.
Seu diagnóstico é feito por exames laboratoriais – PCR e VHS elevados, fator reumatoide que pode ser positivo ou negativo; sorologias, descartando infecções virais, exames de imagem (mostrando a sinovite, líquido inflamatório ou erosões ao exame de imagem, características de artrite reumatoide) e uma clínica (história e exame físico) compatíveis com artrite reumatoide.
Seu tratamento consiste inicialmente em sintomáticos (como anti-inflamatórios orais) e dmards orais (imunossupressores orais, como metotrexato, hidroxicloroquina) e, se não houver melhora após um tempo de tratamento, podemos chegar à terapia biológica. Prednisona costuma ser utilizada no início do tratamento, para ser descontinuado assim que possível; a remissão (diminuição da atividade da doença) é o nosso objetivo. A qualidade de vida é possível!
A artrose é o tipo de doença que praticamente todo mundo vai ter. Uns mais cedo e outros mais tarde. Entre nossas articulações (juntas), temos um líquido, que vamos vulgarmente chamar de “cartilagem”; com o passar dos anos, essa “cartilagem” vai sendo destruída, consumida e não vai se repondo. Conforme isso acontece, forma-se uma inflamação (que pode gerar dor/inchaço, barulho e limitação de movimento) até o ponto de ela se consumir tanto que as juntas se aproximam e sofrem deformações. Medicações como condroprotetores ajudam a melhorar a dor e a mobilidade, mas não há evidência de um tratamento que faça essa “cartilagem” crescer de novo ou ser reposta. Na artrose de joelhos, as medidas mais importantes mostradas nos estudos são a perda de peso e atividade física.
Sendo assim, o pacote artrose costuma ser uma medicação, que pode ser um condroprotetor ou sintomático, e atividade física, para tentar minimizar os danos e melhorar a mobilidade do paciente.
Osteoporose é a porosidade, com consequente fragilidade óssea, que pode ocorrer na terceira idade ou em mulheres após a menopausa, em tabagistas, usuários de corticoide por tempo prolongado, desnutridos ou secundária a outras doenças. Acomete principalmente mulheres, sendo muito rara em homens. Osteoporose não dói, mas aumenta o risco de fraturas.
O diagnóstico é feito pela densitometria óssea, exame que deve ser solicitado para mulheres após os 65 anos ou após a menopausa, se houver fatores de risco, ou para homens acima de 70 anos. O tratamento consiste em medicamentos que interfiram na produção-destruição óssea (com a meta de ganhar massa óssea). Cálcio e vitamina D podem ser usados como coadjuvantes no tratamento, sempre com base nos exames laboratoriais e história do paciente. Caminhada é o exercício que pode auxiliar nesse tratamento. O uso contínuo de cálcio em pessoas previamente saudáveis não previne o surgimento da osteoporose e pode causar problemas cardiovasculares, por isso, não tome medicações sem orientação médica.⠀
Fibromialgia é a doença mais comum do ambulatório de Reumatologia atualmente. É uma síndrome dolorosa difusa, ou seja, o paciente sente dor da ponta do cabelo ao dedo do pé, crônica, e com dor migratória, cada dia em uma região diferente. Até mesmo um simples toque ou carinho é doloroso, o que afeta humor, sono, memória, disposição (causa fadiga) e, claro, a qualidade de vida do paciente.
O diagnóstico da fibromialgia é feito clinicamente, não existe um exame específico com esse objetivo. O tratamento é à base de medicações (geralmente antidepressivos ou anticonvulsivantes), psicoterapia e atividade física.
A doença tem uma alta associação com a depressão e afeta mais as mulheres. Não é hereditária nem “psicológica”; o paciente está/é hiperestimulado a sentir dor; como se o cérebro mandasse constantemente a mensagem de dor para toda a periferia do corpo.